quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Revolução Industrial segundo Eric Hobsbawm

Para o historiador Eric Hobsbawm a Revolução Industrial ainda não teve o seu desfecho, pois ainda prossegue nos dias atuais. E a Grã- Bretanha não teve o pioneirismo na Revolução devido aos seus avanços científicos ou tecnológicos, pois outros países europeus encontravam-se afronte da Grã – Bretanha neste quesito. O que fez então com que a Grã – Bretanha detivesse o pioneirismo da Revolução? Para o historiador isto é simples de analisar, pois as condições pré-existentes para o surgimento dela já se encontravam presente na Grã-Bretanha um século antes de outros países, para darmos exemplo, é muito duvidoso que em 1750 ainda existisse um campesionato dono de terras em grandes partes da Inglaterra e é seguro que não podemos falar de uma agricultura de subsistência.

O país já dispunha de capitais e homens dispostos a investir no progresso econômico, além de possuir um setor manufatureiro e comércio bastante desenvolvido, transporte e comunicação eram bastante baratos e os problemas tecnológicos do começo da Revolução eram bastante simples necessitando apenas de homens com escolaridade comum e alguma familiaridade com dispositivos mecânicos simples. Fazendo com que as barreiras fossem de fácil superação. Mas o estopim para a Revolução Industrial foi a expansão dos mercados consumidores, senão realmente a criação destes visto que é o mercado que define aquilo que um homem de negócios produzirá. Essa expansão de mercados se deu através do mercado interno ou mercado externo além do governo.

O mercado interno por maior que fosse não significa um grande escoadouro para produtos industrializados. A diferença está não somente no aumento da população, mas principalmente no poder de compra desta na primeira metade do século XVIII. É provável que a renda inglesa tenha aumentado, as pessoas estavam em melhores condições de vida e podiam comprar mais; a crescente procura de alimentos e combustível fez com que investimentos fossem realizados em transportes, facilitando e barateando o transporte de produtos. Além do que o mercado interno com um maior poder de compra acabou por torna-se um grande escoadouro para produtos que mais tarde se tornariam em bens de capital como carvão vegetal que cresceu com o aumento das lareiras urbanas. O mercado interno tinha como principal vantagem o seu tamanho e consistência protegendo o país contra as oscilações do mercado externo.

O mercado externo desenvolveu-se em grande parte devido à grande marinha inglesa que com o aval do governo realizavam a destruição dos concorrentes além da conquista de novos mercados consumidores, fazendo desenvolver um comércio internacional onde a Grã-Bretanha exportava produtos industrializados e importava matérias-primas e alimentos. Desenvolvendo uma relação de interdependência de outros países com a Grã-Bretanha.

No início de sua produção industrial a Grã-Bretanha destacou-se na produção da indústria têxtil sendo esta o seu maior expoente, principalmente a indústria algodoeira que foi criada e alimentada pelo comércio colonial. As Índias Ocidentais forneciam os insumos para a indústria britânica e recebiam em troca tecidos de algodão com preços acima do mercado. Entre 1750 e 1769, a exportação de tecidos da Grã-Bretanha para o mundo aumentou mais de dez vezes. Por volta de 1840 as áreas consideradas “subdesenvolvidas” representavam o maior mercado consumidor para a exportação de tecidos de algodão, destacando-se a América Latina e as Índias Orientais. O algodão foi, portanto o combustível para que empresários e investidores se lançassem na Revolução Industrial que estava surgindo naquele momento.

Assim no início da Revolução Industrial a Grã-Bretanha criou um sistema de interdependência de outras regiões do mundo com ela. Onde ela fornecia os produtos manufaturados e recebia as matérias-primas vindas de áreas subdesenvolvidas, principalmente colônias, criando um capitalismo difícil de ser sustentado. Seu principal rival, já então, eram os Estados Unidos, vindo a seguir a França, a Confederação Germânica e a Bélgica. Embora essas economias adiantadas fossem parceiras comerciais da Grã-Bretanha e no início de sua industrialização dependessem de maquinário e mão de obra inglesa, estes não abriam mão do protecionismo, começando pelos Estados Unidos em 1816 e a maioria dos demais países adiantados a partir da década de 1880. As exportações britânicas para o “mundo adiantado” continuou a ser grande, mas começou a dar mostras de estacionar ou declinar.

Após 1873 a situação do mundo “avançado” foi de rivalidade entre os países desenvolvidos; e, além disso, entre países com relação aos quais somente a Grã-Bretanha tinha interesse essencial em total liberdade de comércio. Nem os Estados Unidos, nem a Alemanha, nem a França dependiam em grau substancial de volumosas importações de alimentos e matérias-primas.

Assim todos os países adiantados com exceção, em parte, da pequena Bélgica, achavam-se retardados no tocante a industrialização, mas já se fazia claro que se estes países e outros continuassem a se industrializar, a vantagem britânica diminuiria inevitavelmente. E assim aconteceu. No início da década de 1890, tanto os Estados Unidos como a Alemanha ultrapassaram a Grã-Bretanha na produção da mercadoria crucial da industrialização – o aço. A partir de então, a Grã-Bretanha passou a integrar um grupo de potências industriais, mas deixou de ter a liderança da industrialização. Na verdade, entre as nações industrializadas era a mais lenta e aquela que revelava sinais mais óbvios de declínio relativo.

Com o aumento da participação de outros países no comercio internacional e a perda de fôlego da indústria britânica devido ao seu declínio técnico e científico a Grã-Bretanha deixou ao longo dos anos de ser o protagonista da economia mundial para ser apenas um dos seus coadjuvantes.


HOBSBAWM, Eric. Da Revolução Inglesa ao Imperialismo, Forense Universitaria, Rio de Janeiro.1969

sábado, 18 de maio de 2013

Revolução Industrial


Aula dia 13/05/2013

        Revolução Industrial


O sistema capitalista, enquanto forma específica de se ordenar as relações no campo socioeconômico, ganhou suas feições mais claras quando – durante o século XVI – as práticas mercantis se fixaram no mundo europeu. Dotadas de colônias espalhadas pelo mundo, principalmente em solo americano, essas nações acumulavam riquezas com a prática do comércio.
A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.
  • Pioneirismo Inglês 

Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras ), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.


  • Avanços da Tecnologia 

O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológicos nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.

Locomotiva da época da Revolução Industrial


Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor (maria fumaça) e os trens a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.

  • A Fábrica

As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.


  • Reação dos trabalhadores 

Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.


  • Conclusão

A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana.

  • mapa conceitual da revolução industrial


referência:

domingo, 12 de maio de 2013

Aula dia 07/05/2013

neo Liberalismo econômico político - "deixe fazer; deixe pensar".
   Liberdade de Expressão - "Direitos; sem repressão política"

Liberdade
Livre Circulação da Riqueza - Adam Smith

Liberalismo Econômico

Teoria: 
A teoria do liberalismo econômico surgiu na Europa e na América no final do século XVIII, em um cenário onde o colapso do mercantilismo tornava necessário estabelecer novos modelos econômicos para atender às necessidades de um capitalismo em pleno desenvolvimento.
      A ideia central do liberalismo econômico é a defesa da independência da economia  de qualquer interferência proveniente de outros meios. Ainda segundo esta doutrina econômica, deve ser colocada a ênfase na liberdade e livre circulação da riqueza.
Em plena época do Iluminismo, Adam Smith tornou-se um dos principais teóricos do liberalismo econômico. Sua principal teoria baseava-se na ideia de que deveria haver total liberdade econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver, sem a intervenção do Estado. 

As ideias de Adam Smith tiveram uma grande influência na burguesia europeia do século XVIII, pois atacavam a política econômica mercantilista promovida pelos reis absolutistas, além de contestar o regime de direitos feudais que ainda persistia em muitas regiões rurais da Europa.

A teoria de Adam Smith foi de fundamental importância para o desenvolvimento do capitalismo nos séculos XIX e XX.



Adam Smith - foi um importante filósofo e economista escocês do século XVIII. Nasceu na cidade escocesa de Kirkcaldy, em 5 de junho de 1723.
Conhecido como o pai do liberalismo econômico.



Liberalismo Político

Teoria:

Assim como o Liberalismo Econômico, o Liberalismo Político ganhou força no século XVIII, embora o início da formação de suas idéias centrais remonte à transição do feudalismo para o capitalismo.

Entende-se por Liberalismo Político o pressuposto filosófico de que o os seres humanos têm por natureza certos direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade e à felicidade. Cabe ao Estado respeitar, e não invadir esses direitos. Ou seja, o liberalismo é uma doutrina que limita tanto os poderes quanto as funções do Estado; os Estados teriam os poderes públicos regulados por normas gerais e seriam subordinados às leis.
Esta doutrina de pensamento acabou virando inevitavelmente burguesa, uma vez que a pequena burguesia e parte da burguesia tradicional viram nela uma premissa filosófica contra o absolutismo, que não os satisfazia.

Entre os pensadores originais desse tipo de liberalismo estavam iluministas como: John Locke, Montesquieu e Anders Chydenius.



John Locke - nasceu em 1632, na cidade de Wrington, Somerset, região sudoeste da Inglaterra. 
Assim como o liberalismo econômico tem um pai, o político também.
Locke é considerado o pai do liberalismo político.



O Liberalismo Político – assim como o Econômico - também inspirou diversas revoluções como a Revolução Puritana, a Revolução Gloriosa, a Revolução Liberal do Porto, a Revolução Americana e a Revolução Francesa. 

Revoluções Burguesas

 - Revolução Industrial (1840)
- Revolução Francesa (1789)
  - Revolução Americana (1776)



Essas 3 (três) revoluções, Revolução Industrial, Revolução Francesa e Revolução Americana, são conhecidas como Revoluções Burguesas, porque foram movimentos levados a cabo pela elite econômica.

Diferença entre DINHEIRO e CAPITAL

Dinheiro é uma quantia que você, ou qualquer outra pessoa tem e não traz lucro, quando não traz lucro é  considerada dinheiro. Capital é um dinheiro investido em "algo" que consequentemente traz lucro. 
"E lucro é o resultado da exploração do trabalho."



Referências: 
http://www.suapesquisa.com/biografias/adam_smith.htm
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-liberalismo-economico.html
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-liberalismo-politico.html
















sábado, 4 de maio de 2013

ILUMINISMO - APROVEITAMENTOS

 Aula dia 30/04/2013

 O movimento iluminista atacou sistematicamente tudo que era considerado contrário à busca da felicidade, da justiça e da igualdade. Esse movimento considerou a "razão" como o grande instrumento de reflexão capaz de trazer melhoria de vida. Oferecendo essas ideias, o iluminismo motivou as revoluções burguesas que trouxeram o fim do Antigo Regime e a instalação de doutrinas de carater liberal.

Inspirados pelas leis fixadas nas ciências naturais, os iluministas também defendiam a existência de verdades absolutas. O homem, em seu estado originário, possuía um conjunto de valores que fazia dele naturalmente afeito à bondade e igualdade. Seriam as falhas cometidas no desenvolvimento das sociedades que teria afastado o indivíduo destas suas características originais. Por isso, instituições políticas preocupadas com a liberdade deveriam dar lugar às injustiças promovidas pelo Estado Absolutista.

Por essas noções instalava-se uma noção otimista do mundo que não teria como interromper seu progresso no momento em que o homem contava com o pleno uso de sua racionalidade. Os direitos naturais, o respeito à diversidade de ideias e a justiça deveriam trazer a melhoria da condição humana. Oferecendo essas ideias, o iluminismo motivou as revoluções burguesas que trouxeram o fim do Antigo Regime e a instalação de doutrinas de caráter liberal.


- Europa, sec XVIII - "Século dasLuzes"
- Iniciou-se na França e depois se espalhou pela Europa.

-Cientistas, escritores e filósofos - como quase todos eram chamados - buscam respostas racionais para vários aspectos da sociedade, da natureza, do universo.

-Recusavam a Biblia como única fonte de respostas: "As pessoas devem pensar por si " . (Máxima do período)

-Uso de razão - vencer a ignorância e construir um mundo baseado na verdade, no progresso (É NECESSÁRIO RELATIVIZAR)

* Movimento de ideias, cujo nome indicava a concepção dos "filósofos" da época. Eles entendiam que a contradição entre passado era uma luta entre as trevas da ignorância e as luzes da razão que seria vencida pelo pensamento racional. (ciência e razão -> Progresso) "?"

- Antecessores (ainda no século XVII) - Newton, Locke, Descartes .. Criaram as condições para a discussão da fé como explicação.

-Principais filósofos: Montesquieu (3 poderes, executivo, legislativo e judiciário) , Voltaire (crítico da igreja; dos pensamentos; "superticiosos"; da intolerância) e Rousseau (critico da burguesia e da sociedade burguesa; pensou a noção de "contrato social" )

* Déspotas esclarecidos --> sem renunciar ao poder absoluto, alguns monarcas europeus tentaram colocar em prática algumas ideias iluministas, tais como racionalizar a cobrança de impostos e modernizar instituições como educação e forças armadas.






HISTÓRIA: TEMPORÁLIDADE E VERSÕES

Aula dia 23/04/2013

PERGUTNAS DE UM OPERÁRIO LETRADO

 Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

Bertold Brecht

 REFLEXÃO

Todas as pessoas são responsáveis por construir a história, embora, muitas delas não se questionem sobre seu papel e contribuição para tal. O poema retrata um operário que trabalhou nos "bastidores", mas soube a importância de trabalhos como o seu e questionou-se, reconhecendo seu papel para a construção de várias histórias.